O vereador Thammy Miranda (PL-SP) fez uma live com o Padre Júlio Lancellotti para pedir desculpas por ter assinado uma CPI para investigar o trabalho do religioso na Cracolândia. Thammy disse que foi induzido ao erro pelo vereador Rubinho Nunes (Patriota-SP), autor da proposta, e que não tinha conhecimento do trabalho social do padre.
A CPI, protocolada em dezembro de 2023, pretendia apurar supostas irregularidades nas organizações sociais Bompar e Craco Resiste, vinculadas ao Padre Júlio, que atuam na assistência à população em situação de rua e aos dependentes químicos na região da Cracolândia, no centro de São Paulo. A iniciativa gerou uma onda de críticas e manifestações de apoio ao padre, que é reconhecido internacionalmente por sua atuação humanitária.
Na live, transmitida pelo Instagram, Thammy afirmou que se arrependeu de ter assinado a CPI e que foi enganado por Rubinho Nunes, que teria omitido informações sobre o padre e as organizações. Thammy disse que foi procurado pelo vereador, que se apresentou como defensor dos direitos humanos, e que lhe entregou um documento com dados falsos sobre o padre, acusando-o de desviar recursos públicos e incentivar o tráfico de drogas.
Thammy disse que assinou o documento sem ler, confiando na palavra de Rubinho Nunes, e que só depois descobriu a verdade sobre o padre e seu trabalho. Thammy disse que se sentiu traído e que tentou retirar sua assinatura da CPI, mas que não foi possível. Thammy disse que se solidariza com o padre e que admira sua coragem e sua dedicação aos mais pobres.
O Padre Júlio, por sua vez, disse que aceitou o pedido de desculpas de Thammy e que não guarda mágoa. O padre disse que entende que Thammy foi vítima de uma armadilha política e que não teve intenção de prejudicá-lo. O padre disse que espera que Thammy possa conhecer melhor seu trabalho e que possa contribuir para a defesa dos direitos humanos na Câmara Municipal.
A live durou cerca de uma hora e teve mais de 100 mil visualizações. Os internautas elogiaram a atitude de Thammy e o perdão do padre. Muitos também criticaram Rubinho Nunes e a CPI, que foi considerada uma tentativa de intimidar e criminalizar o padre e as organizações sociais. A CPI ainda não foi instalada e depende do apoio de pelo menos 28 dos 55 vereadores da Câmara.