VÍDEO: Jornalistas chilenos são feitos reféns AO VIVO durante transmissão de telejornal

Um grupo de jornalistas chilenos viveu momentos de terror quando foram feitos reféns por bandidos armados que invadiram a transmissão do telejornal da emissora TVN. Os criminosos exigiam que o canal transmitisse ao vivo uma mensagem contra o governo e a polícia, acusando-os de violar os direitos humanos dos manifestantes que protestam há meses no país.

O fato ocorreu por volta das 21h, horário local, quando a apresentadora Mónica Pérez e o comentarista Matías del Río estavam no ar, no programa 24 Horas Central. De repente, eles foram interrompidos por um homem encapuzado e armado com uma pistola, que entrou no estúdio e ordenou que eles saíssem de suas cadeiras. Em seguida, outros dois bandidos entraram no local, também com armas e capuzes, e levaram os jornalistas e os funcionários da emissora para uma sala nos fundos do prédio.

Os telespectadores ficaram perplexos com a cena, que durou cerca de um minuto, até que a transmissão foi cortada e substituída por uma tela preta com o logotipo da TVN. A emissora informou, em um comunicado, que os bandidos renderam os seguranças na entrada e conseguiram chegar até o estúdio. A TVN disse que acionou imediatamente as autoridades e que todos os seus funcionários foram evacuados em segurança.

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A polícia chegou rapidamente ao local e cercou o prédio, iniciando uma negociação com os sequestradores. Segundo o jornal La Tercera, os bandidos pertenciam a um grupo radical chamado Frente Patriótica Manuel Rodríguez, que luta pela independência do Chile e que já realizou vários atentados no passado. Eles exigiam que a TVN transmitisse um vídeo gravado por eles, no qual denunciavam a repressão policial aos protestos sociais que sacodem o país desde outubro de 2022.

Após cerca de duas horas de tensão, os bandidos se renderam e libertaram os reféns, que não sofreram ferimentos. Eles foram presos e levados para uma delegacia, onde serão indiciados por sequestro, porte ilegal de armas e atentado contra a liberdade de imprensa. Os jornalistas sequestrados foram atendidos por psicólogos e agradeceram o apoio recebido. A TVN retomou a sua programação normal e repudiou o ataque, que classificou como um “ato de violência inaceitável”.

O episódio gerou uma onda de solidariedade e condenação por parte de outras emissoras, jornalistas, políticos e organizações de defesa dos direitos humanos. O presidente do Chile, Sebastián Piñera, manifestou o seu repúdio ao fato e disse que o seu governo “não tolerará nenhum ato de violência que atente contra a democracia, a liberdade de expressão e a segurança das pessoas”. Ele também afirmou que o Chile “precisa de paz, diálogo e acordos para superar a crise social que vive”.

Os protestos no Chile começaram em outubro de 2022, após um aumento nas tarifas do metrô, e se transformaram em uma revolta popular contra a desigualdade, a precariedade dos serviços públicos e a elite política. Desde então, o país vive uma das maiores crises de sua história, com milhões de pessoas nas ruas, confrontos violentos entre manifestantes e policiais, saques, incêndios e mais de 30 mortos. O governo anunciou uma série de medidas sociais e convocou um plebiscito para uma nova Constituição, mas a tensão ainda persiste.

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