O isolamento e as dívidas do irmão de Suzane von Richthofen

Andreas von Richthofen tinha apenas 15 anos quando sua irmã, Suzane, planejou e executou o assassinato dos pais, Manfred e Marísia, em 2002. O crime chocou o país e deixou o jovem órfão e herdeiro de uma fortuna estimada em quase R$ 10 milhões. Mas, 22 anos depois, Andreas vive em um sítio isolado, sem contato com o mundo exterior, e acumula uma bola de dívidas que pode levar seus bens a leilão.

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A disputa pela herança

Suzane von Richthofen foi condenada a 40 anos de prisão pelo duplo homicídio, mas tentou reivindicar metade da herança dos pais. Andreas, então, entrou na Justiça para impedir que a irmã recebesse qualquer parte do patrimônio. Após quatro anos de batalha judicial, ele conseguiu o direito de herdar tudo o que os pais deixaram: carros, terrenos, seis imóveis, dinheiro em contas correntes e aplicações.

Entre os imóveis, estava a mansão onde o casal foi morto, na zona sul de São Paulo. Andreas chegou a morar lá por alguns anos, mas depois se mudou para uma casa geminada no bairro Brooklin Paulista, onde funcionava a clínica de psiquiatria da mãe. Outras duas casas ficavam na rua Barão de Suruí, na Vila Congonhas, e abrigavam duas editoras, a Magnum, especializada em armas de fogo, e a Etros.

## O abandono e as invasões

Andreas, porém, parou de administrar os bens que herdou e deixou de pagar os impostos e as taxas de condomínio. Segundo o jornal O Globo, ele acumula 24 ações na Justiça de São Paulo por dívidas de IPTU que ultrapassam R$ 500 mil. Além disso, duas das casas que ele herdou foram invadidas por falsos sem-teto, que entraram sem arrombar portas e portões, reformaram os imóveis e passaram a morar de graça.

Uma das casas invadidas, na rua Barão de Suruí, tem 300 metros quadrados e está avaliada em R$ 1 milhão. A outra, na mesma rua, tem 200 metros quadrados e vale R$ 800 mil. Os invasores alegam que estão no local por usucapião, um direito previsto na Constituição que permite a aquisição de um imóvel por meio da posse prolongada, pacífica e ininterrupta. O tempo dessa posse pode variar entre 5 e 15 anos.

A casa onde ficava a clínica da mãe de Andreas, no Brooklin Paulista, também corre o risco de ser invadida. O imóvel está abandonado e com sinais de deterioração. A mansão onde o casal foi assassinado, por sua vez, está fechada e com placas de venda.

 O isolamento e o medo

Andreas von Richthofen vive atualmente em um sítio em São Roque, no interior de São Paulo. Ele comprou a propriedade em 2017, após vender outro sítio que havia herdado dos pais. O local é isolado e de difícil acesso, sem sinal de telefone ou internet. Andreas vive sozinho e não mantém contato com ninguém, nem mesmo com os antigos amigos.

Segundo o O Globo, esse isolamento voluntário aumenta a possibilidade de Andreas perder seus bens, já que a Justiça de São Paulo não consegue localizá-lo para notificá-lo sobre os processos das dívidas. Nos autos das decisões, os procuradores da cidade afirmam que vão preparar ações com o objetivo de levar os imóveis de Andreas a leilão, caso ele não quite os débitos.

Amigos e pessoas próximas dizem que Andreas sumiu de vez em janeiro de 2023, quando Suzane passou a cumprir o restante da pena em liberdade. A irmã, que se casou com uma mulher na prisão, tentou reatar o contato com o irmão, mas ele se recusou a vê-la. “Andreas tem um misto de medo e amor pela irmã”, disse um amigo dele ao O Globo.

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